Coloboma Auris
Fonte: Kimia Zarifi - Unsplash / Imagem meramente ilustrativa.
Esta doença, também conhecida como fístula pré-auricular ou sinus pré-auricular, é uma má-formação congênita que se caracteriza por um pequeno orifício, geralmente ovalado, com um ou dois milímetros no maior diâmetro, na margem anterior do ramo ascendente do rebordo exterior do pavilhão da orelha (chamado de hélice ou hélix), uni ou bilateralmente.
Etiologia – Causa
Esta doença foi descrita pela primeira vez por Heusingerl e Virchow, em 1864, e ocorre por um defeito na embriogênese (formação do embrião).
O aparelho branquial (por analogia ao órgão respiratório de animais aquáticos, que nos peixes atinge seu desenvolvimento máximo) é transitório nos embriões dos mamíferos em geral (aparece apenas durante a formação do embrião); torna-se evidente em torno da quarta e se completa entre a sexta e a oitava semana.
O aparelho branquial é formado por seis fendas branquiais e em torno da primeira formam-se seis saliências que darão origem ao trágus, à hélix, à anti-hélix, ao anti-trágus e ao lóbulo da orelha. A falta de fusão entre a primeira e a segunda saliência, geralmente, propiciará a formação de um orifício na pele, cujas células migram para dentro (invaginam), formando o coloboma auris.
Sintomas
Os sintomas geralmente são discretos, por vezes nada o paciente refere, a não ser o orifício na frente da orelha. É comum, porém, o coloboma infectar-se e aumentar o volume, ficar vermelho (hiperemiado), provocando dor, às vezes com febre, e corrimento de secreção esbranquiçada ou purulenta e fétida pelo orifício.
Diagnóstico
O diagnóstico é exclusivamente clínico. Não existe nenhum exame para fazer. O paciente relata os sintomas (explicados acima) e no exame físico o médico constata o pequeno orifício ovalado na região pré-auricular.
Tratamento
Quando o coloboma apresenta-se infectado há necessidade do tratamento da infecção, à base de antibiótico, antiinflamatório se houver necessidade e analgésico. Este tratamento deve ser mantido até a regressão clínica completa do quadro.
O tratamento definitivo é a cirurgia. A cirurgia precisa ser realizada através de técnica com equipamentos de última geração, onde o coloboma auris é retirado através de uma incisão elíptica verticalizada.
O coloboma precisa ser totalmente removido para evitar recidiva. Ele é ramificado, semelhante aos dedos de uma luva, o que dificulta a remoção e qualquer fragmento de uma ramificação deixado inadvertidamente causa a recidiva.
No início da cirurgia fazemos uma lavagem da parte interna do coloboma com solução degermante e em seguida injetamos no interior do próprio coloboma uma solução de azul de metileno para “colorir” tudo o que precisa ser removido.
Operamos com auxílio de um microscópio e de microinstrumentos e delicadamente removemos todo o coloboma. A seguir fazemos a hemostasia (controle do sangramento) e fechamos a ferida operatória com pontos.
A cicatrização é rápida e dentro de poucas semanas tudo está completamente cicatrizado.
Atenção!
Esse texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um ou vários profissionais e não se caracteriza como sendo um atendimento.
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