Refluxo
Fonte: Twinsfisch - Unsplash / Imagem meramente ilustrativa.
A “Doença do Refluxo Gastroesofágico” atinge basicamente o esôfago e pertence à área da gastroenterologia. Mas quando o refluxo atinge a faringe e a laringe passa a ser chamado de “Doença do Refluxo Gastrofaringolaríngeo” ou “Doença do Refluxo Faringolaríngeo” e pertence à área da Otorrinolaringologia.
Geralmente a Doença do Refluxo Faringolaríngeo não é simultânea nem ocorre em conseqüência da Doença do Refluxo Gastroesofágico. São entidades isoladas e dependem de fatores locais para que ocorram .
Falaremos, neste artigo, especialmente sobre a “Doença do Refluxo Faringolaríngeo”.
Esta doença é causada por substâncias que são normais no estômago, mas irritantes para a faringe e laringe quando refluem e chegam nestes locais. Estas substâncias que vêm do estômago são principalmente o ácido clorídrico e a pepsina.
Atualmente é uma doença muito comum, tendo em vista o conhecimento dos sintomas e os métodos de diagnóstico. O primeiro relato desta doença consta de 1968 e a partir daí o percentual de diagnósticos vem crescendo muito, especialmente com o uso e o aperfeiçoamento dos endoscópios da laringe (videoendoscopia da laringe), tanto os de fibra óptica quando os digitais (de última geração).
Muitas vezes os pacientes convivem com o problema há muito tempo, considerando o que sentem como algo normal, mas que piora em conseqüência da ingestão de algum medicamento ou alimento, bem como do estresse.
Porque a doença ocorre em algumas pessoas
Para que ocorra a Doença do Refluxo Faringolaríngeo as substâncias que refluem do estômago (ácido clorídrico e pepsina), precisam chegar à faringe. Acontece que o esôfago, canal que liga a faringe ao estomago, possui duas “válvulas” chamadas de esfíncteres, um superior (no início do esôfago) e outro inferior (no final do esôfago e entrada do estômago). O esfíncter inferior sempre deixa certo grau de refluxo, mas o superior nunca. Então, para que haja refluxo até a faringe há necessidade de insuficiência do esfíncter superior do esôfago, isto é, o esfíncter não funciona corretamente deixando passar substâncias em sentido inverso à passagem normal dos alimentos. Quando isto acontece ocorre uma microaspiração (aspiração de micropartículas para a laringe e depois para a árvore respiratória inferior), causando rouquidão e pigarro. Por reflexos vagais (reflexo do nervo vago) o paciente pode ter tosse crônica e asma.
Por outro lado, os indivíduos que sofrem da Doença do Refluxo Faringolaríngeo, apresentam uma hipersensibilidade dos receptores do esôfago. Os sintomas, tanto no esôfago quanto na faringe, laringe, nariz e ouvidos são agravados por redução de fatores locais de proteção da saliva e do muco, bem como por redução de fatores de crescimento epidérmico (fator que faz com que haja renovação das células e cicatrização).
Sintomas
Na Doença do Refluxo Faringolaríngeo o paciente reclama de um afogamento ou uma bola na garganta. Geralmente o paladar e o olfato estão comprometidos e o paciente parece estar sempre gripado. Há um pigarro quase constante e tosse seca que piora ao deitar. Há queixas relacionadas à dificuldade de ingerir alimentos sólidos e ocorre piora com ingestão de doces e frutas cítricas.
Na doença do refluxo podemos encontrar:
Manifestações “típicas” (relativas à Doença do Refluxo Gastroesofágico): azia e regurgitação ácida. O refluxo ocorre geralmente em posição deitada e há uma exposição prolongada ao ácido por comprometimento do esfíncter esofágico inferior e há alteração da motilidade esofágica (movimentos “automáticos” do esôfago).
Manifestações “atípicas” (relativas à Doença do Refluxo Faringolaríngeo): há rouquidão e pigarro, com sensação de globus faringeus (bola na garganta). O refluxo ocorre em pé, ao longo do dia, havendo uma exposição restrita ao ácido por um comprometimento do esfíncter esofágico superior. Geralmente encontramos dor torácica, tosse crônica, asma, mau hálito, aftas recorrentes, sinusite e otite de repetição. Os movimentos do esôfago são normais e a endoscopia do esôfago pode estar normal. A qualidade de vida destas pessoas é pior do que da população em geral e também pior do que dos indivíduos com Doença do Refluxo Gastroesofágico.
A Doença do Refluxo Faringolaríngeo aumenta a possibilidade de ocorrência de câncer de laringe em indivíduos tabagistas e etilistas.
Na doença do refluxo podemos encontrar:
Manifestações “típicas” (relativas à Doença do Refluxo Gastroesofágico): azia e regurgitação ácida. O refluxo ocorre geralmente em posição deitada e há uma exposição prolongada ao ácido por comprometimento do esfíncter esofágico inferior e há alteração da motilidade esofágica (movimentos “automáticos” do esôfago).
Manifestações “atípicas” (relativas à Doença do Refluxo Faringolaríngeo): há rouquidão e pigarro, com sensação de globus faringeus (bola na garganta). O refluxo ocorre em pé, ao longo do dia, havendo uma exposição restrita ao ácido por um comprometimento do esfíncter esofágico superior. Geralmente encontramos dor torácica, tosse crônica, asma, mau hálito, aftas recorrentes, sinusite e otite de repetição. Os movimentos do esôfago são normais e a endoscopia do esôfago pode estar normal. A qualidade de vida destas pessoas é pior do que da população em geral e também pior do que dos indivíduos com Doença do Refluxo Gastroesofágico.
A Doença do Refluxo Faringolaríngeo aumenta a possibilidade de ocorrência de câncer de laringe em indivíduos tabagistas e etilistas.
Diagnóstico
Dispomos de alguns métodos de diagnóstico e do ponto de vista atual o melhor deles é a endoscopia da laringe e faringe, pois a Doença do Refluxo Faringolaríngeo ocorre sem a necessidade da existência de alterações no esôfago.
1. Endoscopia da laringe: Este exame é feito com o paciente sentado e geralmente usamos um anestésico em spray para reduzir as náuseas durante o procedimento. Uma microcâmara é colocada na garganta do paciente e controlamos a imagem pelo vídeo. Analisamos oito itens, cada um dos quais subdivididos em graus. Cada “grau” recebe uma pontuação, podendo chegar ao máximo de vinte e seis pontos. Se a soma dos pontos da endoscopia da laringe for superior a sete já podemos fazer o diagnóstico de Doença do Refluxo Faringolaríngeo. Os itens analisados são:
- Edema (inchaço) subglótico (abaixo das cordas ou pregas vocais).
- Obliteração dos ventrículos (por edema das pregas vocais e das bandas ventriculares).
- Edema de pregas vocais.
- Edema difuso da laringe.
- Hipertrofia (aumento de volume) da comissura posterior.
- Eritema ou hiperemia difusa ou apenas das aritenóides.
- Granuloma (“carne esponjosa”).
- Muco endolaríngeo espesso.
2. Teste de pHmetria convencional, de duplo canal ou de triplo canal. Este exame tanto pode ser falso negativo como falso positivo para a Doença do Refluxo Faringolaríngeo. É mais importante na criança. O paciente fica com uma sonda no esôfago durante vinte e quatro horas e é feita a medida do grau de acidez várias vezes durante o exame.
1. Endoscopia da laringe: Este exame é feito com o paciente sentado e geralmente usamos um anestésico em spray para reduzir as náuseas durante o procedimento. Uma microcâmara é colocada na garganta do paciente e controlamos a imagem pelo vídeo. Analisamos oito itens, cada um dos quais subdivididos em graus. Cada “grau” recebe uma pontuação, podendo chegar ao máximo de vinte e seis pontos. Se a soma dos pontos da endoscopia da laringe for superior a sete já podemos fazer o diagnóstico de Doença do Refluxo Faringolaríngeo. Os itens analisados são:
- Edema (inchaço) subglótico (abaixo das cordas ou pregas vocais).
- Obliteração dos ventrículos (por edema das pregas vocais e das bandas ventriculares).
- Edema de pregas vocais.
- Edema difuso da laringe.
- Hipertrofia (aumento de volume) da comissura posterior.
- Eritema ou hiperemia difusa ou apenas das aritenóides.
- Granuloma (“carne esponjosa”).
- Muco endolaríngeo espesso.
2. Teste de pHmetria convencional, de duplo canal ou de triplo canal. Este exame tanto pode ser falso negativo como falso positivo para a Doença do Refluxo Faringolaríngeo. É mais importante na criança. O paciente fica com uma sonda no esôfago durante vinte e quatro horas e é feita a medida do grau de acidez várias vezes durante o exame.
Tratamento
O tratamento é feito pensando-se em três tópicos:
- Alívio dos sintomas,
- Cicatrização das lesões e
- Prevenção da recidiva.
Por outro lado, o tratamento é feito sob três pontos de vista:
- Medidas comportamentais: moderar alimentos gordurosos, cítricos, cafeína, bebidas alcoólicas e gasosas, menta, hortelã, tomate e derivados, e chocolate. Em muitos indivíduos o uso do fumo agrava os sintomas do refluxo. Deve haver uma atenção especial no que diz respeito ao peso corporal do cliente. Os indivíduos obesos sofrem mais de refluxo e têm mais dificuldade para melhorar quando são submetidos ao tratamento. Há necessidade de fazer uma dieta fracionada (veja a página Dieta, neste site) para evitar que o excesso de alimentos no estômago durante uma refeição copiosa facilite o refluxo. Evitar alimentos duas horas antes de deitar. Praticar atividades físicas regulares. Combater o estresse.
- Medidas farmacológicas: usamos medicamentos que facilitam o esvaziamento do estomago e os chamados inibidores de bomba protônica. O tratamento nunca é feito por menos de 30 dias, geralmente 60 dias e no final reavaliamos (seguimento individualizado com adequação de medidas comportamentais ou da dose dos medicamentos).
- Tratamento cirúrgico: Este tratamento é indicado quando há impedimento ou intolerância para o tratamento clínico. Quando há insucesso com inibidor de bomba protônica feito corretamente há um provável insucesso com o tratamento cirúrgico.
- Alívio dos sintomas,
- Cicatrização das lesões e
- Prevenção da recidiva.
Por outro lado, o tratamento é feito sob três pontos de vista:
- Medidas comportamentais: moderar alimentos gordurosos, cítricos, cafeína, bebidas alcoólicas e gasosas, menta, hortelã, tomate e derivados, e chocolate. Em muitos indivíduos o uso do fumo agrava os sintomas do refluxo. Deve haver uma atenção especial no que diz respeito ao peso corporal do cliente. Os indivíduos obesos sofrem mais de refluxo e têm mais dificuldade para melhorar quando são submetidos ao tratamento. Há necessidade de fazer uma dieta fracionada (veja a página Dieta, neste site) para evitar que o excesso de alimentos no estômago durante uma refeição copiosa facilite o refluxo. Evitar alimentos duas horas antes de deitar. Praticar atividades físicas regulares. Combater o estresse.
- Medidas farmacológicas: usamos medicamentos que facilitam o esvaziamento do estomago e os chamados inibidores de bomba protônica. O tratamento nunca é feito por menos de 30 dias, geralmente 60 dias e no final reavaliamos (seguimento individualizado com adequação de medidas comportamentais ou da dose dos medicamentos).
- Tratamento cirúrgico: Este tratamento é indicado quando há impedimento ou intolerância para o tratamento clínico. Quando há insucesso com inibidor de bomba protônica feito corretamente há um provável insucesso com o tratamento cirúrgico.
Conclusão
Como conclusão podemos dizer que a Doença do Refluxo Faringolaríngeo merece uma atenção especial por parte dos profissionais da saúde e o paciente deve estar atento para as orientações do médico, tanto no que diz respeito aos medicamentos quanto aos cuidados comportamentais (ou de estilo de vida).
Atenção!
Esse texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um ou vários profissionais e não se caracteriza como sendo um atendimento.
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