Rinite Alérgica

Fonte: Vadim Fomenok - Unsplash / Imagem meramente ilustrativa.


Definição


De acordo com o consenso ARIA – Allergic Rhinits and its Impact on Asthma –, “A rinite alérgica define-se clinicamente como uma doença nasal sintomática, induzida por exposição a um ou mais antígenos, e é caracterizada por uma inflamação mediada pela IgE (Imunoglobulina E) das membranas mucosas do nariz”.
Em outras palavras a “alergia” é um estado de hipersensibilidade (muita sensibilidade, por excesso de anticorpos) causado por exposição a determinada substância, chamada de antígeno ou alérgeno. Como resposta do organismo são observadas reações imunológicas (de defesa) que são tão intensas que chegam a ser nocivas. “Rinite”, por sua vez, é uma doença inflamatória do nariz. Assim, a “rinite alérgica” é uma doença inflamatória e alérgica (ou reação imunológica por hipersensibilidade) que ocorre no nariz. Qualquer substância, sob a forma de poeira, cheiro ou fumaça, que penetre no nariz, durante a respiração, pode iniciar e manter a reação alérgica (Veja “Sintomas”, abaixo).
Na rinite alérgica há sempre algo que inicia (fator desencadeante) e pode haver algo que agrava (fator agravante) os sintomas.
Os principais fatores desencadeantes são quatro e são os chamados aeroalérgenos: poeira domiciliar (ácaros, restos de insetos); epitélios de animais domésticos (gato, cachorro, pássaros); fungos; e, em algumas regiões do Brasil, polens. Como fatores agravantes podemos ter o cigarro, produtos químicos (materiais de limpeza, de higiene), poluição ambiental, fatores emocionais, mudanças climáticas e infecções.
Antígenos alimentares e medicamentosos, raramente, também podem provocar os sintomas da rinite e são mais fatores agravantes do que desencadeantes.

Origem da Doença

A rinite alérgica é uma doença hereditária, isto é, transmitida geneticamente dos pais para os filhos. No caso de existir um portador de rinite alérgica nem todas as pessoas da família apresentam a doença, mas sempre há mais do que uma pessoa com os sintomas.


Causas

Na definição de rinite alérgica, como escrevemos acima, temos os fatores desencadeantes e os fatores agravantes, mas a doença só se manifesta se o indivíduo tem a carga hereditária. Entre todos os elementos que podem causar a rinite alérgica o ácaro é o principal, por isso recomendamos a leitura do artigo sobre este assunto – Ácaro -, no nosso site.


Sintomas


Os sintomas básicos da rinite alérgica são: nariz entupido (obstrução nasal), coceira no nariz, coriza (“água” clara, transparente, que corre do nariz) e espirros. Estas são as reações imunológicas nocivas ao organismo, mencionadas acima. A pessoa que tem alergia é, na verdade, hipersensível (tem excesso de anticorpos) para uma determinada substância. Esta hipersensibilidade provoca sintomas de defesa tão intensos que acabam prejudicando as funções do nariz e acarretando prejuízo para o organismo.
Além dos quatro sintomas básicos também podemos encontrar coceira nos olhos (conjuntivite alérgica), na garganta e nas orelhas. Muitas pessoas mencionam dor de cabeça, mal estar, irritabilidade (que ocorre por falta de oxigenação no cérebro), dificuldade para comer e para dormir.
Crianças e pré-adolescentes com rinite alérgica não controlada têm com maior facilidade deformidades da arcada dentária (veja o artigo obstrução nasal), acarretando problemas de ordem estética e funcional.

Diagnóstico
O diagnóstico da rinite alérgica é baseado em dois pontos principais: a história da doença, contada pelo paciente ou seu responsável, e o exame físico.
Na história da doença devem receber especial atenção a origem, as causas e os sintomas, conforme descrito acima.
No exame físico o principal sinal que notamos é a alteração da mucosa nasal (pele que reveste o interior do nariz). A alteração é vista facilmente através de um exame feito a olho nu, onde notamos que a mucosa que reveste principalmente a concha nasal inferior está alterada: inchada, esbranquiçada e com grande quantidade de secreção transparente com aspecto semelhante ao da água (coriza). Podemos notar também sinais de conjuntivite, otite e faringite alérgicas.

Algumas vezes podem ser solicitados exames que mostram o aumento exagerado de anticorpos no sangue, mas dificilmente podemos determinar a causa específica da alergia. Por vezes também podem ser realizados testes na pele, mas estes testes também falham tendo em vista a grande quantidade de “cheiros”, “fumaças” ou “poeiras” que podem causar a rinite alérgica.
De um modo geral a história da doença, referida pelo paciente e conduzida pelo médico, e sendo a parte mais importante, junto com o exame físico, fecham o diagnóstico.

Tratamento
Como todas as doenças alérgicas, e como regra geral todas as doenças hereditárias, a rinite alérgica não tem cura, mas tem controle satisfatório. Prevenção. Dentro de todos os itens do tratamento da rinite alérgica o principal é a determinação da causa. O paciente deve procurar identificar qual é o tipo de cheiro, fumaça ou poeira que desencadeia ou agrava os seus sintomas. Se conseguir identificar e evitar as causas da rinite o paciente está desenvolvendo o principal fator no tratamento da rinite alérgica.

Medicamentos
São usados vários tipos de medicamentos que visam reduzir as reações alérgicas ocorridas dentro do nariz. Alguns medicamentos são usados para controlar a fase aguda da doença e outros para evitar que ocorra a reação alérgica. Dependendo da fase em que se encontra a rinite podemos optar pelo medicamento mais conveniente, levando-se em consideração a idade do paciente, o uso de outros medicamentos com os quais possa haver reação do medicamento da alergia, bem como a presença de outras doenças. O uso de gotas nasais do tipo descongestionante deve ser evitado, pois estas gotas têm efeitos colaterais sérios.

Imunoterapia
Assim é chamado o tratamento realizado através de vacinas, que são injeções subcutâneas prescritas pelo médico alergista. Para realizar este tipo de tratamento há necessidade de identificar a causa ou as causas da rinite. O tratamento é muito demorado e trás alívio dos sintomas durante algum tempo, mas há tendência ao reaparecimento se o paciente continuar exposto aos agentes alergênicos.

Homeopatia
O tratamento através da homeopatia é indicado exclusivamente pelo médico homeopata e tem indicações dentro da medicina.

Cirurgia
O tratamento através da cirurgia é reservado para os casos extremos, onde há degeneração irreversível da mucosa do nariz ou dos seios paranasais como a formação de pólipos nasais ou acentuada degeneração das conchas nasais. Quando há desvio do septo nasal ou aumento exagerado da adenóide, dificultando o tratamento da rinite, há necessidade de intervenção cirúrgica para melhorar a resposta ao tratamento clínico.

Cuidados Gerais
Nunca é demais chamar a atenção para o estilo de vida da pessoa. Atividade física regular, alimentação balanceada, limpeza cuidadosa do ambiente de trabalho e domiciliar, e combate ao estresse são itens de grande importância para controle das doenças alérgicas.

 

 

Atenção!

Esse texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um ou vários profissionais e não se caracteriza como sendo um atendimento.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Coloboma Auris

Marreco Recheado

Emissões Otoacústicas